Entrevista com Layo Paskin e Mathew Bushwacka
Layo Paskin e Mathew Bushwacka são os ingleses ex-proprietários do lendário club The End. Bushwacka é um percussionista formado pela Escola da Orquestra Sinfônica de Londres, enquanto Layo iniciou sua carreira no mundo da música através do acid house, no fim dos anos 80. Em 1990 começaram a produzir juntos arrematando residências em clubs no mundo inteiro.
Os ingleses ficaram conhecidos por incorporar em seu som diversos elementos como jazz, techno, pop e até ópera! Recentemente lançaram o seu novo single “Dromederie”, que tem como principal característica a direta influência da música espanhola e de elementos da música flamenca.
Confira a entrevista cedida a Tribe!
1. Pesquisando sobre vocês no myspace, escutamos suas músicas e percebemos que são tracks bastante estilosas, vocês têm ótimas influências. Quando escutamos sua música imaginamos pessoas lindas dançando em frente a vocês. Descreva um pouco sobre suas produções e o público que segue seu trabalho.
O que você quer dizer com estilosas? Com classe, é isso? Muito obrigado pelo elogio… Nós gostamos de fazer música com sentimento, com uma visão de nós mesmos, mas também buscando saber o que vai funcionar nas pistas para fazer o público dançar. Acredito que o público que conhece nosso trabalho, através dos álbuns e singles, sabe que fazemos algo com qualidade e de corpo e alma.
2. O single “Dromederie” tem influências da música flamenca e espanhola, nos conte sobre como você mistura tudo. Quais as influências para produzir este single?
Esta track realmente tem influências da música flamenca, amamos este ritmo e inserimos os padrões da castanhola na batida eletrônica. Isto proporciona uma incrível base para o resto da faixa, pretendemos fazer outro mix desta série. As influências vêm das viagens que fazemos em países latinos.
3. Como vocês vêem a cena eletrônica em Londres? Quais os clubs interessantes por aí? Existe alguma rave ainda em Londres?
Londres está sempre mudando, nos últimos 2 anos houve o fechamento de alguns clubs por diversas razões e o club The End, do qual éramos sócios, fechou pois haviam muitas Warehouse Parties acontecendo no leste e no sul de Londres. Mas é claro que ainda existem grandes clubs mas não onde existe o grande movimento da música eletrônica, de qualquer forma há muitas novas casas que estão para inaugurar em breve. Raves também têm, mas não como antigamente e não como a Tribe por exemplo.
4. “The End” não existe mais, por que escolheram este nome? Quando criaram o nome já sabiam que o club iria fechar em dez anos?
O nome foi criado por uma pessoa que conhecíamos, nós gostamos da singularidade deste nome, fechamos o club depois de 13 anos e não 10, e não sabíamos que iria fechar numa data específica, achávamos que duraria até menos tempo, mas foi uma jornada incrível.
5. Vocês começaram a tocar em 1990, na opinião de vocês, quais as grandes mudanças no mercado da e-music até os dias atuais?
Bom, a principal mudança é o modo como as pessoas compartilham e compram as músicas. Isso mudou completamente a indústria fonográfica, em 1990 não podíamos imaginar que em questão de segundos poderíamos enviar pela internet nossa última produção para Londres inteira, para todo Brasil, para o mundo todo! Hoje em dia quando viajo tenho em meu laptop mais de 6000 tracks disponíveis para eu tocar. Imagine tudo isso em CDs? Impossível!
6. Para a próxima turnê no Brasil, o que estão preparando?
Nós tocaremos somente músicas de nossa autoria e estamos preparando várias tracks inéditas, será um show único e muito especial.