TONOLEC – Duo argentino resgata cultura indígena com e-music
TONOLEC, formado pelos músicos Charo Bogarín e Diego Pérez, quer valorizar a cultura ancestral dos povos sul-americanos.
Outro grupo que está na onde de reunir o antigo ou o mais tradicional à tecnologia é a dupla argentina Tonolec. No repertório, as músicas misturam a língua indígena da etnia Qom, do norte do país, com elementos eletrônicos. Aqui, além de mostrar a possibilidade da junção de dois tipos de matérias primas tão distintas, se tem o intuito de resgatar as canções e a cultura de povos indígenas sul-americanos, o que também é uma forma de valorizá-la.
O Tonolec é formado pela cantora e jornalista Charo Bogarín, que é descendente de um cacique guarani, e pelo músico Diego Pérez. Para alcançar o objetivo de reavivar a cultura dos povos nativos, os artistas buscam a sonoridade da natureza, adaptando os elementos eletrônicos a ela. Assim como ela, que reencontrou as suas origens indígenas, Bogarín espera que o mesmo ocorra com os jovens argentinos, nos quais deseja despertar o interesse a cantar nas línguas indígenas, ao contrário de se expressar através da língua inglesa.
De Resistencia, província de Chaco, na Argentina, o Tonolec já gravou três álbuns, entre eles, Tonolec, em 2005; Legaria delárbol negro, em 2008, e Folk – Los Pasos Labrados, em 2010. A cantora Charo nasceu em Clorinda, província de Formosa. Em 1976, seu pai foi assassinado pela ditadura militar, que era um congressista peronista das ligas agrárias. Assim, a artista se mudou com sua mãe (professora e engenheira de sistemas) e sua irmã para a cidade de Resistencia.
Para fazer o trabalho de resgate das culturas indígenas, os músicos pesquisaram, nos últimos três anos, a cultura Toba do interior, dividindo experiências musicais com as comunidades originárias do norte da Argentina, além de trabalharem na mistura de canções folclóricas com os sons eletrônicos. Parte das músicas do duo se baseia nas rodadas de cantar e dançar de coro de mulheres e homens, chamados de "Chelaalapí".
As canções tradicionais que Charo Bogarín e Diego Pérez aprenderam foram transmitidas oralmente pelos anciãos da comunidade. Para criar uma identidade própria ao trabalho, as canções consistem em vocais femininos entrelaçados a diálogos com a natureza, bem como um acústico delicado junto aos vocais indígenas e os sintetizados.